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09/07/2012

SOLIDÃO



 
(Ator Delasnieve Daspet)


Os olhos vendados no desanimo que toma conta. 
Uma nuvem esconde o sol da confiança; 
Uma muralha entre o que sei que é 
E o que não pode ser... 
Um hiato ante o que se chegou 
E o que se pretendia... 

No real e no imaginário, 
Uma cruz no caminho da realização. 

Só - ninguém é! 
Existe todo um mundo 
Que não nos deixa à deriva, 
Que nos aponta o caminho 
Do brilhante ou opaco farol da vida! 

Mas com o Poeta, 
Todas as profecias são contrariadas, 
E nas vidas que se renovam 
os pássaros cantam nas janelas! 

Os poetas não são solitários, 
Tem o sol, a lua, o vento, o sorriso, 
O mágico momento das carícias que imaginam 
E que chegam a sentir... 

Pode morrer como um passarinho, 
Sozinho, mas não só! 

Pois o poeta, este criador de sonhos e utopias, 
Rico de velhas palavras e melancolia, 
Brinca, sorri, e, em êxtase, 
Se entrega a dor de cada pancada, 
Com lágrimas amargas n´alma... 

O manto negro da noite tudo cobre, 
As ondas do mar imaginário bate nas pedras, 
O Fauno da floresta se aproxima 
E o Poeta cerra os olhos 
E navega suavemente - na saudade -, 
Doce saudade de um olhar! 

Como é longa a noite sem ti!

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