Às vezes me faço vazia
campo sem semente,
leito sem corpo.
Deixo a febre me levar
no arrepio, no levitar
para um cais ou um porto.
Durmo dentro d'água,
ancorada, jogada pelo mar...
Tão perto do cais
que não me segurou.
Limpo a alma n'água...
Lavo o rosto no pranto...
Emerjo das profundezas
em folhas ao vento...
Pronta para viver novas histórias,
talvez pronta para reescrever novos sentimentos,
relendo o que tantos já leram em mim,
partes das partes dos fragmentos.
Linhas tortas,
o que importa?
Daqui a pouco formará-se uma ventania
e das mãos de quem me lia
as folhas voarão
para o lugar ao qual pertencem...
Serão novamente do vento
do vento, serão,
para sempre.
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