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24/10/2012

Soneto da menina adormecida



Doei de mim o amor que nem sabia que tinha
Doei de mim palavras que eu nem conhecia
Doei de mim o tempo que eu nem tinha
Doei de mim o olhar, o silêncio mais profano que sentia.

Perdi a alegria de cada dia,
como quem se esconde em plena folia.
Deixei o amor sair de dentro de mim,
como quem precisa soltar às algemas da melancolia .

Me enganei tentando dizer que nada sentia.
Me enganei por inteiro, 
 feito menina adormecida.

Sai de dentro de mim, como quem acorda de um sono profundo.
Aprendi, errei, aceitei e  compreendi.
Não sou mais o que era, sou agora quem devo ser. E o resto que espere.

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