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03/12/2012

Amor, imbatível amor




Amor, imbatível amor

O amor é a substância criadora
e mantenedora do Universo, 
constituído por essência divina. 

É o tesouro que, quanto mais se divide, 
mais se multiplica, 
e se enriquece à medida que se reparte.

Mais se agiganta, na razão que mais se doa. 
Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia. 

Nunca perece, porque não se entibia
nem se enfraquece, 
desde que sua força reside 
no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida. 

Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, 
o amor é o oxigênio para a alma, 
sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver. 

É imbatível, porque triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.

Quando aparente - de caráter sensualista, 
que busca apenas o prazer imediato - 
se debilita e se envenena, ou se entorpece, 
dando lugar à frustração. 

Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura, 
é sempre novo e ideal, harmônico, 
sem altibaixos emocionais.

Une as pessoas, porque reúne almas, 
identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.

O prazer legítimo decorre do amor pleno, 
gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.

O amor atravessa diferentes fases: 
o infantil, que tem caráter possessivo, 
o juvenil, que se expressa pela insegurança, 
o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador. 

Há um período em que se expressa como compensação, na fase intermediária entre a insegurança e a planificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa. 

O estado de prazer difere daquele de
plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, 
enquanto o segundo é permanente, mesmo
que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos. 

Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos. 

A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança-ciúme, incerteza, ansiedade
afetiva, cobrança de carinhos e atenções - a necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.

A confiança, suave-doce e tranqüila, 
a alegria natural e sem alarde, 
a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica,a não-posse, 
não-dependência, não-exigência, são
benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro.

Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador,confiante,
indestrutível. 

Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, 
contagiando de júbilos e de paz.

Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente, porque não é agressivo
nem embriagador ou apaixonado...

O amor não se apega, não sofre a falta, mas
flui sempre, porque vive no íntimo do ser
e não das gratificações que o amado oferece. 

O amor deve ser ponto de partida
de todas as aspirações e a etapa final
de todos anelos humanos.
                                                                                    Joana de Angelis 

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