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03/12/2012

Soneto a quatro mãos




Soneto a Quatro Mãos



Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito.
Que por muito tornou-me escravizado.


Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que eu fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.


Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.




Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
    
                                        Vinícius de Morais

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