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21/01/2013

"SOLIDÃO"

"SOLIDÃO"

O cheiro da solidão
Não é uma ilusão,
Ela tem até sabor,
Um gosto amargo de dor.
Ela é vazio sem significado.
Ela é silêncio redobrado.
Ela é um instinto exacerbado.
Ela é passo desgovernado.
Ela é uma ansiedade presa
Em total liberdade.
Ela é um destino sem rumo,
Uma falta de prumo,
Um triste amanhecer.
Solidão é fim de noite acompanhada
Apenas de lua desmistificada.
É raiar do dia com sono,
É cama e travesseiro em total abandono.
É não ter com quem tomar o café,
Nem mesmo jantar.
Solidão é não ter com quem trocar um olhar.
Solidão é o nada acompanhado de tudo,
Dos maiores absurdos.
É acordar e não ter onde ir,
E não ter sono e querer dormir.
É reler o que já foi lido
É comer o que já foi comido
É beber para ter alívio.
É tentar esquecer o que não foi resolvido.
É imaginar um amor ou pelo menos um amigo.
Solidão é falta de não sei o quê
Ou de tudo aquilo que não pôde acontecer.
Solidão é uma caixinha trancada
sem chave, vazia, sem nada,
Completamente danificada.
É o grito que não pode ser dado,
É uma saudade do passado,
É um sentimento desgovernado.
É a perda da auto-estima,
São palavras que não encontram a rima.
É um caminho sem chão,
Um corpo sem paixão.
Solidão é um ato violento,
Um acontecimento sangrento.
E ninguém nota,
Ninguém percebe,
Ninguém vê,
Somente você.

-Silvana Duboc-

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