06/05/2013
Vestes...
Vestes...
Vestia-me de letras úmidas...
Palavras descompensadas
Poemas atravessados e sem folego.
Vestia tuas letras...
Como um manto de seda na chuva...
Que cobre o corpo em total transparencia.
Passeava com tuas palavras por todo corpo
Sucumbia em cada vírgula, pausada e sem ar.
Tocava teus versos...
As vezes, demoradamente
Outras, com a pressa dos segundos.
Tecia poemas, longos textos
Todas as noites na tua pele...
Poro a poro e entre calafrios,
Que repousavam depois, inertes, entre dedos.
Quando, em total exaustão,
sucumbias sem palavras...
E as letras fatigadas, descansavam no papel...
Poemas intensos eram escritos apenas no
desejo das nossas línguas.
(Ana €!¡sa)
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