31/05/2012

Primeiro amor

Primeiro amor


Ainda conservo-te o mesmo olhar
Com a mesma ternura
E o imenso amor
Se hoje sou fria
Como as montanhas geladas de inverno
É porque aprendi com nossa distante convivência

Meu olhar se tornou pálido
A todos os olhares amorosos
Que tentam acalentar o meu desprezo...
Sentimento profundo
Absoluto... Resoluto
Uma dor que só você soube me oferecer

Todo olhar que repousastes em mim
Eu sentia a tristeza dos orvalhos
Tinham o gosto puro das cinzas
Dos oceanos escuros...
Ou das manhãs de outono
Pois seus olhares espalhavam folhas secas...

Todas as vezes que me levanto
E sinto a chuva fina beijando
Minha velha janela
Ela acaba me trazendo
A lembrança do teu rosto sempre entristecido
Como um menino eternamente inseguro
Hoje carrego em minha alma
Uma tristeza infinita
De um amor que persiste
Em resistir...
Mesmo tendo a certeza
Que foi perdido... Sem destino

Eu amei muito mais
Do que fui amada
E ainda choro todas as noites por você!
Apesar de nunca ter derramado uma única lágrima
Por mim...

As águas de outono trazem sempre
A sua essência...
Permanência imutável...
Em minha alma mortificada
Pelo seu silêncio cortante!

Como eu o amei profundamente...
E como você foi superficialmente
Tantos olhares de instantes... Distantes!
Pode me oferecer?
Eu lhe ofereci um amor de porcelana
De uma menina que amava
Pela primeira vez...

Sinto saudades das manhãs de dor
Que eu podia deslizar calmamente
Observar silenciosamente
Teus pequenos gestos...
Tuas palavras amenas...
Teus olhos vazios... Macios!
Que me causavam tantos calafrios

Sei que jamais serei a mesma
Pois quando te encontrei
Eu te amei perdidamente
Desesperadamente...
O tempo passará
E quando meu rosto envelhecer
Sei que a lembrança desse amor
Nunca irá desaparecer...

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