Total de visualizações de página

02/06/2012

Esta manhã encontrei o teu nome

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRmmnDd6rH1svWOx7fJyBC2UmvWsIwx_UpWmGd2kgs3J2sA5vzlh7iZhtAs0aLDrZh7BNfv_U_3YquptHUbMV1p2KlCxsOKeqb6IpRca5ug6Ud5405ReGisF0MAiK4xy_VyKxNSg3_JO4/s1600/sonho7.jpg
Esta manhã encontrei o teu nome
Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida

foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama

e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.
    Maria do Rosário Pedreira

Nenhum comentário: