30/09/2012

Perante tua vontade de amor


Verga-se minh'alma amante





Não é santa, é meliante

Da vida, insana, sofrida
Amarga, só, dolorida
Embriagada de dor

Flor da vivência ébria

Fruto da humana sarjeta
Madura, infante, ninfeta...

Marcada, inocente, sóbria

Pura, rude, experiente
Lúcida, suave e demente...

Que tem para oferecer-te

Esta dúbia criatura?...
Do pintor, esboço simples
Do escultor, apenas barro
Do músico, ainda partitura
Qual vinho ainda no jarro

Talvez nada de mal

Talvez nenhuma emoção
Talvez apenas luxúria
Quem sabe alguma paixão!

Algo profundo e belo

Extraia destas entranhas
Algo que temes e queres
Que desconheces e sonhas

Acalma esta alma frágil

Este desejo latente
Quem sabe poderá ofertar-te
Um grande amor, simplesmente!

José Antonio

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