Quem
disse que o amor se reveste de paciência sem limites, doação,
renúncia acho que se enganou.
O amor não é manso; é agressivo; busca com força,
com desatino;
O amor não é paciente, não sabe esperar;
corre atrás, laça , amordaça, quer dominar;
O amor não é só doação; dá e
cobra retorno, retribuição;
O amor não é renúncia, resignação;
o amor é luta.
O amor não tem preconceitos de idade; cor ; nível social.
Se ama em todas as idades; brancos, negros, amarelos;
pobres, ricos, miseráveis.
Em todos o amor tem a mesma força, o mesmo impulso,
e usa as mesmas regras de conquista e posse.
O amor não é cego. Vê muito bem, reconhece no outro
o que é feio no físico;
mas aceita, compreende.
Porém, repudia os defeitos da alma tais como a frieza de sentimentos,
o egocentrismo fora dos limites.
Às vezes tolera, mas em geral estes defeitos levam
o amor a virar suas costas e partir, sem nenhuma volta.
Quem ama não espera ser buscado; busca.
Quem ama não se dobra às conveniências sociais
ou econômicas;
se opõe a tudo e a todos para se realizar.
Quem ama não cala seu grito; fala; expõe.
Quem ama não se encolhe dentro do próprio orgulho,
mas também não suplica; não se humilha.
Porém luta, tenta a conquista.
Quem ama não esquece detalhes do outro: a voz;
o som dos passos; as datas importantes; as horas passadas;
o riso e as lágrimas que o outro tenha entregue
nos momentos de alegria ou de dor.
Amar não é perdoar o outro os seus deslizes;
é aceitar o outro com seus defeitos, fraquezas e
supervalorizar as qualidades.
Amar é querer o outro sempre perto.
O amor não aceita distâncias; amanhãs; depois;
talvez.
O amor quer agora; o tempo urge; a realização não
pode esperar.
Amar é querer unicidade com o outro, todo dia, toda hora.
Amar é participar sempre, das alegrias, dos sucessos,
dos fracassos, das dores, das derrotas.
Quem diz amar e não busca, não entrega, não quer
juntidade,
não ama, apenas se relaciona.
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