E ela partiu ,com as malas arrastadas e cheias de magoas
pesando a alma daquela menina apaixonada...
A cada passo a mala velha deixava no caminho uma peça
e a mala-alma se esvaziava...mas a menina não sentia...
Tamanha a pressa que seu coração corria...
Enquanto na estrada da solidão,
seus pés iam marcando o caminho...
E em cada curva iam ficando mais e mais peças de dor...
Não calçava sapatos , pois o tempo havia endurecido seus passos...
Ela não desistia, pois via no horizonte o seu grande amor.
E quanto mais esse amor se aproximava, mais leve sua mala alma ficava.
Até que todas as peças ficaram no caminho
e por enfrentar chuva e sol, e tempestades e dias insólitos...
A roupa que cobria seu corpo, se fez trapos e a menina prosseguiu nua e
cheia de esperança...ja não havia mais dores,
e na nudez da alma somente o amor como veste...
De braços e coração abertos ela se entregou ao amor tão esperado e tão almejado...
Foram sorrisos como vestidos ...
Sonhos que lhe calçaram os pés..
E um dia tudo se transformou...Vestiu-se de magoas, calçou-se de dor...
E novamente lá vem a menina com a mala alma na mão...arrastando-a
e dessa vez o peso só faz aumentar...
E ela encurvada e triste não consegue mais se livrar... Pelo caminho nenhuma peça de dor...
Todas na mala alma pesando a vida...
Somente o sol escaldante...
Por ter sido apenas mais uma naquela cama...
Sandra Botelho
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