Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio,
não me tragam flores.
Tragam-me antes todos os orvalhos,
lágrimas de madrugadas que presenciam dramas.
Tragam-me a fome imensa de amor
e o queixume dos sexos túrgidos na noite constelada.
Tragam-me a noite longa de insônia
com mães chorando de braços vazios de filhos.
Quando eu voltar da terra do exílio e do silêncio,
Não, não me tragam flores...
Tragam-me apenas, isso, sim,
o último desejo dos heróis tombados ao amanhecer
com uma pedra sem asas na mão
e um fio de cólera a esgueirar-se dos olhos.
Joffre Rocha (poeta angolano)
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