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04/09/2013

Uma triste esperança...

Uma triste esperança...

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Acalento em meu peito uma triste esperança...
Sonho com o dia em que o desamor
Se tranforme em estima e importância
E que, num forte abraço, eu possa esquecer a dor


A dor da indiferença daquele de quem carrego o sangue nas veias
A dor pelo abandono afetivo e por ele ter me ignorado a vida inteira
A dor por eu nunca ter recebido uma explicação
A dor por ele ter gerado uma ferida em meu coração


De pai, eu não posso chamá-lo, 
Visto que ele nunca esteve ao meu lado 
Dele, eu nunca recebi amor 
Apenas seus genes, ele me doou


Ainda assim, eu desejo encontrá-lo um dia... 
Mesmo que ele nunca queira me chamar de filha 
Mas ele não pode negar que me gerou 
Pois sua aparência, em mim, ficou


Tão semelhantes, tão distantes... 
Ele nunca me procurou 
Eu tentei me aproximar, vacilante, 
E um muro de indiferença se levantou


Agora, choro sozinha... 
Como num eterno luto 
Pois, desde criancinha, 
Sonhei que era doce quem, na verdade, é um bruto


  
(Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira)

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