Farei poesia até que a morte me chegue,
Até que se abra a porta do amor que tu não teve,
Até que te traga um motivo pra que fique,
Até que teu corpo em meus braços declive!
Farei poesia até que me enterrem por inteiro,
Até que eu vire uma flor entre teus dedos,
Até que nos case, o Santo casamenteiro,
Até que possamos beber de todos os vinhedos!
Farei poesia até minh'alma se dissolver,
Até que em tua pele eu me torne perfume,
Até que todas as mulheres eu venha a comover,
Mas que eu consiga provar que meu amor é do teu ser!
Farei poesia até que me provem o contrario,
Que não é desta maneira que se reza o rosário,
Até que os quinze mistérios se tornem a Ave-Maria que voa,
Até que meu espirito em ti pouse pra provar que não foi à toa!
Farei poesia até tirar tuas emocionantes lágrimas,
Que delas forme um lago para a dança dos cisnes,
Até que desta dança se forme do vento das asas, rimas,
Até o dia que nossos corpos se tornem livres!
Farei poesia até que te mostre que do homem pode sair o belo,
Até que tu vejas que o que sai da alma não é apelo,
Que quase tudo que sangra como meu coração, é sim sagrado!
Até que por fim Deus diga: -Os dois por mim então abençoados!
-Pergentino Júnior-
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