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04/09/2013

Compasso raso de poucos traços

Se Não Seria Flor... Não Sei Por Que Me Deixei Tocar


Compasso raso de poucos traços
Sem finos modos e tratos grossos
Pensava ver tina sem frescura
Mais era fenda para fechadura

Adorno estreito e forma preservada
Textura firme nunca dilatada
Eu via sua probidade pura
Mas era o uso de outra lisura

Se não seria flor...
Não sei por que me deixei tocar

Frasco quadrado topo maltratado
As formas retas muito bem cobertas
Pensava ver curvas bem discretas
Mas era tábua de passar seletas

Roupagem solta veste meio frouxa
Couro em brancura nunca com pintura
Eu via bolsa prática e segura
Mas era alça para outra candura

Se não seria flor...
Não sei por que me deixei tocar

Manjar rosado farto e pesado
Peras caídas longe da cintura
Pensava ver frutas bem maduras
Mas eram fontes de outras doçuras

Cheiro de cravo nunca como a rosa
Folhagens cinzas rareando cores
Eu via flores como em meus amores
Mas era casca de outros sabores

Se não seria flor...
Não sei por que me deixei tocar

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