Se Não Seria Flor... Não Sei Por Que Me Deixei Tocar
Compasso raso de poucos traços
Sem finos modos e tratos grossos
Pensava ver tina sem frescura
Mais era fenda para fechadura
Adorno estreito e forma preservada
Textura firme nunca dilatada
Eu via sua probidade pura
Mas era o uso de outra lisura
Se não seria flor...
Não sei por que me deixei tocar
Frasco quadrado topo maltratado
As formas retas muito bem cobertas
Pensava ver curvas bem discretas
Couro em brancura nunca com pintura
Eu via bolsa prática e segura
Mas era alça para outra candura
Se não seria flor...
Não sei por que me deixei tocar
Manjar rosado farto e pesado
Peras caídas longe da cintura
Pensava ver frutas bem maduras
Mas eram fontes de outras doçuras
Cheiro de cravo nunca como a rosa
Folhagens cinzas rareando cores
Mas era casca de outros sabores
Se não seria flor...
Não sei por que me deixei tocar
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