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28/09/2012

Quando eu morrer


Quando eu morrer quero estar em um belo amanhecer,
cercada de luzes que penetram as janelas do meu quarto.
Em meu leito o corpo frio, o olhar perdido sem a claridade.

Quando eu morrer quero estar cercada de rosas azuis, minhas preferidas,
quero essência de jasmim em minha roupa.
Enterrem meu coração em teu altar meu Pai,
forma de mostrar aos outros amor
Meus delicados e pequenos olhos levem juntos ás praias de Ubatuba,
as mais lindas.

Quando eu morrer..

Enterrem meu nariz junto à um jardim com flores,
as mais penetrantes para que possa embriagar-se no seu perfume.
Minhas orelhas derramem-se aos países em guerra,
para que ouçam os gritos que só tem uma língua

Quando eu morrer...

Minha boca meiga, tão macia e delicada...
não pensem meus caros que sou pretensiosa,
não, não... quero-a livre para que possa falar ao mundo do sofrimento,
daquelas pessoas do grito de uma só língua.


A cabeça seja exposta a quem desejar olhá-la,
vazia esta, amostra de que tudo acaba.
Os órgãos íntimos deixem as traças para que se fartem.
O que sobrar vivo doar-se-á a quem de boa vontade interessar.

Quando eu morrer...

Da vida vazia, sem contratempos, só haverá descanso, cheiro de jasmim,
sem que nada seja vivo ou só apenas as lembranças que deixarei.
Se valeu de algo meus queridos lhes agradeço, pois tudo o que quis foi ensinar-lhes o amor.

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