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04/03/2013

De repente do riso fez-se o pranto



De repente do riso fez-se o pranto 

Silencioso e branco como a bruma 

E das bocas unidas fez-se a espuma 

E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 



De repente da calma fez-se o vento 

Que dos olhos desfez a última chama 

E da paixão fez-se o pressentimento 

E do momento imóvel fez-se o drama. 



De repente, não mais que de repente 

Fez-se de triste o que se fez amante 

E de sozinho o que se fez contente. 



Fez-se do amigo próximo o distante 

Fez-se da vida uma aventura errante 

De repente, não mais que de repente.


Autor: Vinicius de Moraes

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