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26/09/2013

Deixei de ser uma pessoa assustada



Deixei de ser uma pessoa assustada e defendida,
para aprender que não se morre de intensidade.
Morre-se, ao contrário, pelo embrutecimento.
Deve ser por isso que hoje a medida das coisas
muitas vezes me escapa.
Quando a gente perde a delicadeza de se deixar
mobilizar pelo entorno e recupera isso depois,
o valor dos sentimentos se eleva.
E pega-se gosto na brincadeira – já que não mata,
quero despencar em vertigem de dor até o fundo do poço,
e quero subir gargalhando até o infinito supremo,
e quero me largar nesse amor feito uma canoa no mar,
e quero e quero e quero mais.
[...] Quando o mundo fica bobo, não é nada mal se entregar assim.
Sensações podem ser prazerosas ou ruins
e fazem a gente palpitar, mas elas vêm de fora,
e por isso os sentimentos a meu ver lhes são superiores,
brotam por dentro, e não há um igual a outro.

_ Maitê Proença _

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