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26/06/2012

SONETO DO MAR ADENTRO


SONETO DO MAR ADENTRO

Deixarei vento trazer areia molhada
Moldando dunas sobre a praia peito
Lençóis marinhos de bruma salgada
Cobrindo-me vagas em húmido leito

Deixarei o sol aquecer a azul manta

Brilho líquido sobre ninho aquático
Cobertas de espuma brancura tanta
Onda em fúria doce marear estático

Deixarei o céu fazer-se em mim mar

Vaga mais rebelde possa acontecer
Todos os sentidos me deixe libertar
Em onda gigante na praia eu morrer

Vento chuva como lágrimas maresia

Na morna loucura desta praia deserta
Possam murmúrios mar ser sinfonia

A praia sentida num olhar imensidão

Vaga uma a uma murmura secreta
Mar adentro em mim húmida solidão


Ana Bárbara de Santo António

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