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23/06/2012

DESVARIO


DESVARIO


(vanda de freitas bezerra)

Minh’alma se desencaminha
nos mais vastos devaneios e,
nesse desvario tenho embriagada
a voz da consciência.
Sou uma insensata
que se sucumbe só ...

Vacilando, caminho
em passos trôpegos
nessa estrada ensombrecida
pelo augúrio
do meu triste fim.
E,  debilitada descanso
nos braços da amargura
da boca da fera
que sorri pra mim.

Todavia, solícita,
uma lágrima importuna
irrompe moldurando
meus olhos encovados
nas entranhas da face
de uma tristeza constante,
imorredoura companheira
dos débeis... fatigados...

Os amigos se foram
no tempo que extingue
a volúpia dos abraços,
sorrisos, num aviso
de que as feras me espreitam
em portas estreitas,
na ânsia do ataque,
sem pena... sem riso...

E como ébrio na bebida ingerida
nas noites nefastas,
em que a solidão se apodera da fera
que trago comigo
no abrigo do peito dilacerado
pelo punhal da saudade
do meu inefável amor amigo,
vou entoando meu cântico
de aversão pela falsidade
do abraço sem laço
e do beijo fingido.

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