Eu tentei colocar muita coisa em seu lugar.
Me fartei de festas. Me entupi de pessoas.
Enfiei trabalho no seu lugar.
Consumi. Bebi. Dancei. Viajei.
Eu procurei em tudo e qualquer coisa qualquer coisa que preenchesse o espaço que você deixou.
Eu me empenhei com sofreguidão a voos que nunca foram meus com asas que jamais me pertenceram.
Ganhei. Perdi. Ganhei. Me empaturrei de tudo e nada te superou.
Quando ficou comprovado a derrota de todas as tentativas, eu sentei e chorei, calada e sozinha, como no dia em que te deixei.
Te gritei num grito mudo, torcendo para que você ainda entendesse meu silêncio e de alguma maneira, me estendesse a mão, mas não te vi, nem muito menos senti.
Já havia se passado muito tempo e nosso elo, creio, se quebrado.
Me debati. E te chamei e senti a dor da sua falta na pele, dia após dia sentindo de o tudo é realmente um nada sem você.
Sem você tudo sobra, tudo falta e a vida se torna realmente um grande desastre sem você a dirigir.
Então, hoje, como toda manhã eu estendi os braços pra tentar matar a saudade, te alcançando mesmo no invisível e dessa vez, meus braços não encontram o nada... lá estava você, com a mesma sutiliza de antes, segurando minha mão com o mesmo amor de antes e dessa vez, eu vi e senti.
Então agora eu vim só apertar esse abraço. Dizer que qualquer grandeza da vida é um nada sem você e eu quero que você nunca mais me deixe partir.
Deus.. sem você sou só prefácio. Toma meu livro. Tome a caneta e escreva a história de novo.
Amém.
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