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09/11/2012

Janela da vida




Amar talvez seja isso...
Ficar ao lado, mas sem possuir.
Viver também.
Precisamos descobrir, que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto, à medida em que nos empenharmos em não reter a vida.
Viver é exercício de desprendimento.
É aventura de deixar que o tempo leve o que é dele, e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas.
Há uma beleza escondida nas passagens...
Vida antiga que se desdobra em novidades.
Coisas velhas que se revestem de frescor.
Basta que retiremos os obstáculos da passagem.
Deixar a vida seguir.
Não há tristeza que mereça ser eterna.
Nem felicidade.
Talvez seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender o sentimento da tristeza e da alegria.
Eles só são suportáveis à medida em que os dividimos...
E enquanto dividimos, eles passam, assim como tudo precisa passar.
Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo.
O tempo está passando...
Uma redenção está sendo nutrida nessa hora...
Abra os olhos.
Há encantos escondidos por toda parte.
Presta atenção.
São miúdos, mas constantes.
Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história.
Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só pra você.
Ele só é encantado porque você não o possui.
E nisto consiste a beleza desse instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o passaro encantado, quando você menos imaginar, voltar a pousar na sua janela.


Padre Fábio de Melo

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