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25/05/2012

A ilusão de que o sonho continua...


























Na tentativa de 
garantir que algo fique do jeito
 que nós planejamos, fazemos loucuras
 e teimamos em não perceber a realidade

Existem coisas que nós só aprendemos
 depois que as vivemos.
 Na adolescência temos a idéia de que vamos
 descobrir um jeito especial de viver,
 de forma que só teremos prazer e felicidade.
 Quando os problemas aparecem,
 ficamos desesperados.
No começo, a tendência é culpar sempre os outros;
 responsabilizamos os pais, o ser amado, os chefes;
 depois culpamos a nós mesmos e ficamos
 procurando o que está errado conosco, o tempo todo.
 É um período em que vivemos depressivos,
 pois não conseguimos encontrar nada
 de bom em nós mesmos.
Em seguida percebemos que a felicidade
 é um jeito de viver a vida, não simplesmente
 uma coleção de momentos felizes, mas uma
 postura de compreensão diante
 dos acontecimentos de nossa vida.
 Uma forma de entender que o sofrimento é inevitável.
 Assim como o prazer também o é.
De um jeito ou de outro, eles vão aparecer,
 apesar da nossa maneira de administrar
 nossas vidas,porque viver é uma longa
 caminhada por entre desertos e oásis,
 avenidas congestionadas e vales
 totalmente abertos, mistérios que a existência
 prepara para vivermos, diversos pratos exóticos
 para saborearmos e, através deles,nos descobrirmos.

Mas o fato de saber que existe uma viagem
 preparada para nós não implica pensar em
 acomodar-se na vida, desanimar, desistir,
 porque, por outro lado, exige-se força
 para realizar a nossa missão no planeta.

O ser humano é parte de todo o universo e,
 certamente, não é o seu criador
 e muito menos o seu dono.
 Essa postura através dos tempos, de senhor
 todo-poderoso, tem custado ao homem
 um constante sentimento de impotência e desânimo,
 porque ele acaba se isolando da realidade,
 da consciência do universo.
Esteja certo: tudo o que aconteceu foi perfeito!
 Esse foi o caminho que a existência encontrou
 para nos ensinar tantas coisas
 que precisávamos aprender.
 Aceitar a morte, aceitar a perda,
 aceitar que tudo que está conosco
 um dia certamente não vai mais estar,
 é uma sabedoria que bem poucas
 pessoas conseguem obter.

As pessoas esquecem que tudo é temporário,
 inclusive a nossa permanência no planeta.
 Na tentativa de garantir que algo fique do jeito
 que nós planejamos, fazemos loucuras,
 negamos tanta coisa e não percebemos
 o que realmente está acontecendo.
 Negamos a nossa própria capacidade de ver,
 para garantir um sonho; negamos a nós mesmos,
 aos outros, negamos aquilo que é real,
 para manter a ilusão de que o sonho continua...



Roberto Shinyashiki